Vídeo de "Ocean" (gravada em 29 de outubro de 2013):
youtu.be/bGwJePcbzzI
Apresentação de George Christian:
Vento Bravo foi uma banda que eu tive entre dezembro de 2012 e setembro de 2015. Quase três anos de existência. Somos eu, George Christian, nos vocais, no violão e na guitarra, Tácio Torres na bateria e João Carlos Mascarenhas no baixo. Quase tivemos o guitarrista Pedro Garcia como quarto integrante no início da banda, mas eu queria que a banda se conservasse como trio. Quase somamos força com a pianista Amanda Queiroz em 2015, mas não rolou. O único show da banda foi o meu primeiro também, realizado em dezembro de 2013 na Livraria Porto dos Livros. Foi um show terrível, mas uma estreia de aprendizado. Tão frustrante tecnicamente foi esse show que o baterista pensou em sair... conto mais a respeito aqui:
screamyell.com.br/site/2018/03/12/entrevista-george-christian/
Nossa história foi um grande "e se?". E se a Vento Bravo superasse todos percalços e gravasse o EP de estreia produzido por Heitor Dantas? Que tipo de impacto teríamos na cena roqueira soteropolitana? Em minha mente, a Vento Bravo foi uma banda com belas ambições, mas frustradas pelas condições econômicas e relações interpessoais. Mas uma banda em que pude ter a chance a oportunidade de sair do enclausuramento caseiro e das gravações solitárias, que me serviu de grande ajuda psicológica até. Quem ouvir estas gravações demo (gravadas em câmeras digitais ou celulares da época), poderá perceber que a grande potencialidade criativa da banda estava na criação espontânea, nas "jams" instrumentais. A primeira gravação foi pelo celular de João e é "Jam a Jato" presente aqui. As outras gravações foram através tanto desse mesmo celular, como também as câmeras digitais e celulares que eu e Tácio tivéramos. As minhas quatro canções incluídas aqui são testemunhos do que poderia ser o futuro EP, com gravações tecnicamente modestas, mas com atuação musical energética. Decidi incluir demos de estúdio caseiro, gravadas na residência de João, como o nosso proto-EP. A presença de Amanda Queiroz abrilhanta ao piano uma das faixas, a penúltima antes do bônus secreto, gravada através de meu celular. Ela seria nossa musicista convidada para o EP.
Esta compilação destina-se a responder quem somos nós, dar um atestado de nossa existência. Não é com o intuito de trazer algo de novo ao cenário, mas mostrar que houve, sim, um novo rock baiano sendo desenvolvido há cerca de dez anos atrás. Fomos uma banda de garagem que era tanto influenciada pela MPB dos ditos "malditos", como Jards Macalé ou Arnaldo Baptista (cujas canções "Soluços" e "Mal Secreto" do primeiro e "Imagino a Minha Morte" do segundo chegamos a tocar, mas nunca gravamos), como também pela psicodelia dos power-trios e jam-bands. (Quase ensaiamos também a canção que dá o nome à banda - "Vento Bravo" de Edu Lobo.) João e Tácio me estimularam na eletrificação de meu violão e perceberam nisso um diferencial. Enfim, negligenciar o potencial que tínhamos como banda seria uma babaquice sem tamanho. Até porque abortar um Vento Bravo seria um crime contra a Natureza...